25 de abr. de 2018

Segundo volume da Enciclopédia do Golpe é lançado durante o Fórum Social Mundial em Salvador


Segundo volume da Enciclopédia do Golpe é lançado durante o Fórum Social Mundial em Salvador

Foto: Lucio Tavora / Agência Tempo.
O Instituto Declatra lançou nesta quarta-feira (14), em Salvador, durante o Fórum Social Mundial o segundo volume da Enciclopédia do Golpe, que desta vez trata exclusivamente papel da mídia na deposição de Dilma Rousseff.
Realizado na tenda CUT Brasil, o evento teve casa cheia e contou com a participação dos jornalistas Mino Carta e Camilo Vanucci, da presidenta do PT, Gleisi Hoffmann e da ex-ministra, Eleonora Menicucci.
O presidente do Instituto Declatra, Wilson Ramos Filho, o Xixo, destacou que a história mostrará, no futuro, o papel fundamental das organizações de mídia no Golpe de 2016. “Fomos alertados de que nem todos os jornalistas atuaram desta forma. Quanto a isso não há dúvida, assim como nem todos os órgãos de comunicação participaram. Mas quando se faz a análise sociológica deste momento o papel da mídia fica evidente”, analisou.
A diretora geral do Instituto, Mirian Gonçalves, que é ex-vice-prefeita de Curitiba, recordou dos momentos de lançamento dos livros produzidos pelo Declatra. “Nós lançamos o primeiro volume em Porto Alegre, na rua, quando Lula foi julgado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Temos ainda outros volumes da enciclopédia pela frente e esperamos lançar um deles com um candidato nosso, eleito pelo povo, pela iniciativa popular”, projetou.
O jornalista Mino Carta criticou duramente o golpe e disse que ele, da forma como ocorreu, só seria possível no Brasil. “Qual é o país do mundo em que os próprios poderes da republica, judiciário, executivo e legislativo se juntam com o apoio massivo da propaganda, da mídia nativa, essa coisa horrível e hedionda, onde acontece isso no mundo?”, questionou o jornalista que é italiano. “Os próprios poderes da república se uniram com o proposito de impedir que ocorram eleição, a exceção de que o Lula esteja fora delas? Em que pais do mundo que pode acontecer algo similiar? Aqui, porque somos passivos e aceitamos (isso)”, completou.
Mino Carta também criticou a “mídia nativa” e a comparou com a máquina de propaganda nazista. “Poderia causar a inveja de Goebbels. É pura propaganda, o tempo inteiro. Até o mundo mineral sabe isso”, enfatizou.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, destacou a importância do registro histórico cumprido pela enciclopédia e também criticou a forma como as manifestações que levaram ao golpe foram arquitetadas. “O `impeachment’ não pode ser esquecido. Não dá para virar a página. Foi um golpe contra a democracia contra a presidenta eleita e traz consequências até agora contra o povo brasileiro. Foi para retirar direitos. É nossa obrigação. Temos que registrar e lembrar sempre. É isso que faz com que conheçamos a história e nos preparar para o futuro. Manifestações foram organizadas e estimuladas por aqueles que queriam o golpe”, comentou.
A ex-ministra Elenora Meniccuci comparou os golpes de 1964 e o de 2016 ao analisar a importância da enciclopédia. “O projeto deste livro é fundamental para o Brasil. É uma questão de memória e verdade e nós que fomos presas em 64 e 68 não admitimos viver mais 21 anos em outra ditadura. Lutamos desde aquela época pela memória e verdade do que fizemos, da história e esse livro é a memória e verdade do que aconteceu nesse golpe”, frisou.
O jornalista Camilo Vanucci analisou o papel das FakeNews, tema que abordou em seu verbete no livro. “Fakenews não é notícia errada, falsa no sentido de que o repórter foi ludibriado com alguma informação que foram repassadas ou por cobertura apressada, mas sim é deliberadamente mentirosa. A pessoa escolhe. Fazem por motivos políticos e porque vai repercutir”, garantiu.
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:: O livro está disponível para compra na editora Canal 6 e na Amazon.
http://www.defesaclassetrabalhadora.com.br/segundo-volume-da-enciclopedia-do-golpe-e-lancado-durante-o-forum-social-mundial-em-salvador/
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