LEVOU MAIS DE 40 anos para que você aceitasse o Chris do Rocio. Em agosto, ele assinou o requerimento não qualificado em Curitiba, com sua nova certidão de nascimento. Ele é o primeiro policial militar transexual a mudar sua identidade no Paraná e, provavelmente, no Brasil.
“É uma nova história. Fecha-se um ciclo de uma história, de 1978 a 2018, e inicia-se um novo, de 2018 até o dia em que a vida ”, comemorou, num dia de sol e frio de 4 graus em Curitiba.
Chris, um homem trans, nasceu Christiane do Rocio Gouvêa em 28 de junho de 1978, em Curitiba. “Vim de uma família católica, em que o certo era o pai, a mãe. "Quando você chega aos 14 anos, quando percebi, até que ele seja feliz, não se apresente por causa disso", contou ele.
A aceitação veio em 1999, aos 21 anos. “Demorou para eu aceitar o que eu era, que eu não estava indo para o Deus, porque tive uma educação católica, que eu não estava fervendo ninguém. Até os 21, eu vivo na sombra da noite.

A PM aceitou mais fácilmente a identidade de gênero de Chris do que a justiça do Paraná.
Foto: arquivo pessoal
Impedido pelo cartório
Decisão tomada, ele foi um cartório em abril para fazer o pedido de mudança de seu nome. A justiça paranaense negou-lhe o direito de despacho que contraria uma decisão do Supremo Tribunal Federal. O corregedor de Justiça do Paraná, o desembargador Mário Helton Jorge, tinha mandado a cumprir os cartões do STF até que o Conselho Nacional de Justiça publicasse uma norma que regulasse uma sentença.
Inconformado, Chris buscou o Grupo Dignidade, uma empresa que auxiliou a população LGBTI em uma busca por direitos, que lhe indicou o nome de Marcel Jeronymo. O defensor recorreu ao STF, eo caso foi parar na mesa do ministro Celso de Mello, que pediu explicações a Mário Helton Jorge. Nem o tempo de resposta: o CNJ publicou os dias depois, em 28 de junho, o Provimento 73/2018 com a razão pela Justiça paranaense.
Não que seja uma solução perfeita: é excessivamente burocrática. “Ela estabelece um sem-fim de certidões. Bem mais do que quando, num divórcio, os cônjuges retiram uma parte do sobrenome para voltar ao nome de solteiros. O Estado tem meios de meios como o CPF e os registros gerais para individualizar o cidadão. "O jeito que está, a decisão do CNJ mais parece uma forma de transfobia institucional", criticou Jeronymo.
Uma exigência urgente imposta pela elite do Judiciário paranaense abateu o policial. “Deu um desânimo, uma sensação de impotência. Você se sente amarrado. Desde 2007, várias pessoas estão lutando para poder usar o nome que condiz com seu corpo, que faz bem para si. E, mesmo com o STF dizendo que pode, alguém decide contra. Após uma luta de muitos, o cara vem e diz: 'Não, não vai fazer'. Você não é ninguém, ele desabafou.
Com certidão de nascimento em mãos, você pode requerer novas portadoras de identidade, de motorista e funcional. I'm a better of my life: meu nome. Foram cinco meses com uma burocracia para tirar um fardo das minhas costas ”, celebrou. “[Foram] Dias de luta, dias de glória com vitória”, falou-me. Seu caso, ele espera, “se torna um farol para quem vier poder iluminar por ele”.
Chris também foi o primeiro transexual da história da Polícia Militar do Paraná a receber o direito de se casar de farda de gala. Ele contou sua história num depoimento exclusivo ao Intercept.
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NASCI em Curitiba em 1978. Minha mãe era Muito católica - Minha Avó era luterana (Religião SEGUIDA POR boa parte dos descendentes de Alemães Que emigraram para o Sul do Brasil). Mas meus pais eram católicos. Eu fiz catequese, crisma, mais tarde dei aulas de primeira comunhão, de crisma. Mas sempre foi a situação: é um menino? Uma menina? A palavra da minha mãe é sobreposta ao meu corpo - ela sempre quis ter um filho homem.
Eu me inscrevi no concurso da PM em 2005 como mulher. Daí tive que passar esses micos, né? Colocar top, roupa de banho feminina, para fazer exame de saúde. Mas eu tenho muito pêlo no corpo. Tive that me depilar da cabeça aos pés. Para não ficar chato né? Fiz o exame, me olharam assim, mas beleza.
Fui chamado para fazer uma escola de formação de PM em 2008. Éramos 70 alunos. O dia, eu fui xerife da turma - o cara que no dia vai comandar o pelotão. Eu reencontro as pessoas para a festa, às 8 horas da manhã, e falo: sou negro, transexual, gosto de mulher e sou do candomblé. Espero que você tenha pelo menos comigo. Não quero que aceitem. Se me informeem, tá de bom tamanho. Tinha muito católico, evangélico, era uma turma bem eclética. E me abraçaram. O que foi que eu tive capacidade e força para continuar a minha marcha dentro da polícia como eu sou. No dia da minha formatura, queriam que eu fosse de vestido. Falei que não, fui de terno. E nunca sofri uma ameaça de punição, de prisão.
É difícil ser trans e PM? Para a população LGBT, qualquer profissão é difícil. Mas eu acredito que, se você é que deve ser respeitado pelo próximo, o próximo vai te respeitar. Na polícia, quanto mais você cumprir as regras, sem puxar o saco, mais respeito você tem. Quando eu entrei, meu supervisor, um tenente, falou: “Você vai ter problemas aqui na polícia”. Eu respondi: “Não vou como não posso fazer um problema pra ninguém”.
Uma oficial me perguntou: você quer se casar? Faz o pedido que a gente libera.
Um dia, uma oficial, coronel, que sabia que eu tinha um relacionamento com uma moça, me perguntou: “Você quer se casar? Faz o pedido que a gente libera. Na PM, é assim: você pede permissão para se casar, tem que comunicar os superiores. Ela tem o desejo de me casar com o fardamento - existe um específico para festas. This is a report to the date has the right. E fui o primeiro policial transitório [no Paraná], com direito a Dispensa-Gala, que é concedido no casamento.
Não posso recorrer ao tratamento recebido na corporação. Os comandantes que tive que me trataram com respeito e educação. São juntos o batalhão para um lanche, um refrigerante. Todo mundo sem batalhão me trata muito bem, é guri pra cá, guri pra lá, vamos jogar bola.
Em 11 de abril, fiz 10 anos de PM. Era um sonho: eu dizia que 30 anos eu estava na polícia. Dito e feito, eu estava na escola da PM. Passou esse período, que é o primeiro probatório, posso dizer que conseguiu mostrar que o mundo LGBT não é diferente do mundo da PM. O que falta é compreensão. Quanto mais se conhecer, mais vai se compreender.
Não conheço outros PMs trans. Eu ergui minha bandeirinha e lá estou. Mas não formei um grupo. Não Trabalho no Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária. Cuido de crianças.
A Polícia Militar está evoluindo. As mulheres mais velhas, que têm uma educação mais rígida, para quem é homem, mulher é mulher, e mulher lava uma roupa e dá carinho para o homem, que é quem trabalha, traz comida e briga com os filhos. Mas o pai deixou de ser somente o carrasco, virou um amigo. O filho deixou de ser aquele boneco para ser uma pessoa que tem voz. A consciência também está nessa transformação. Pessoas que têm uma visão diferente estão sempre bem-vindas, vão ajudar no processo evolutivo da corporação. Tem momentos em que nós PMs precisamos ser mais ríspidos. Mas não somos truculentos.
Uma burocracia
O que é isso? Então, ele redigiu um pedido ao STF buscando um limiar para que eu faça uma retificação do nome.
Quantas pessoas já foram discriminadas por entrarem nalgum lugar e ter que dar seu nome de batismo?
Quando negou, de cara, deu um desânimo, uma sensação de impotência. Você se sente amarrado. Desde 2007, as várias pessoas já estão usando para poder usar o nome que condiz com seu corpo, que faz bem para si, para evitar situações vexatórias. Quantas pessoas já foram discriminadas por entrarem nalgum lugar e ter que dar seu nome de batismo? Mas agora, pra mim, começa uma nova história. Fecha-se um ciclo de uma história, de 1978 a 2018, e inicia-se um novo, de 2018 até o dia em que eu viver.
https://theintercept.com/2018/10/15/pm-trans-parana/
tradução linear via computador
por motivo técnico a foto completa da chamadada matéria, saiusó uma parte, por problema técnico do blog.
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