Chefe da Força Nacional perdeu eleição no Ceará para Camilo, do PT

O secretário nacional de Segurança Pública, general Theophilo, a quem a Força Nacional de Segurança Pública está diretamente subordinada, foi derrotado nas eleições 2018 por Camilo Santana, do PT, na disputa pelo governo do estado do Ceará. E não foi por pouco: Camilo foi reeleito no primeiro turno com 80% dos votos. Theophilo amealhou pouco mais de 11%.

Natural de Fortaleza, Theophilo disputou a eleição para o governo do Ceará pelo PSDB. Fragorosamente derrotado, desfiliou-se do partido para assumir o cargo no governo Bolsonaro, no qual é subordinado, por sua vez, ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Por meio da portaria 89 publicada no Diário Oficial da União na última quarta-feira, 19, Moro autorizou “o emprego da Força Nacional de Segurança Pública nas ações de policiamento ostensivo e, se necessário, repressivo, no estado do Ceará”, no período de 20 de fevereiro até 19 de março.
O comandante da Força Nacional, coronel Aginaldo Oliveira, também é cearense, do município de Alto Santo, e foi comandante do Batalhão de Policiamento Especializado (BPE) da Polícia Militar do Ceará. No primeiro governo Camilo, Aginaldo foi coordenador do 2º Curso de Operações Especiais do Estado do Ceará (Coesp), conhecido como “Curso de Formação de Caveiras”.
‘O bicho vai pegar’
Nesta quinta-feira, 20, Jair Bolsonaro assinou um decreto de Garantia da Lei e da Ordem para emprego das Forças Armadas no Ceará. Depois, disse que “o bicho vai pegar” e que “a missão se aproxima de uma guerra”.
Também nesta quinta, o jornal O Povo, de Fortaleza, adiantava que “o Exército, através do Comando Militar do Nordeste, já acionou os chamados pelotões de pronto-emprego, com militares de unidades da Bahia e Pernambuco”.
Como em uma conjunção de astros, o comandante Militar do Nordeste, general do Exército Marco Antonio Freire Gomes, é mais um cearense na cúpula da “ajuda” do governo Bolsonaro ao Ceará por causa do motim de policiais militares do estado. Antes de ocupar o posto, o general foi secretário-executivo de Augusto Heleno no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
Ex-estagiário das Special Forces em Fort Bragg, Carolina do Norte, Marco Antonio Freire Gomes tem ainda no currículo um curso de “gerenciamento de crises” no Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América, Washington, DC.
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