Governo Bolsonaro decide privatizar Eletrobrás na bacia das almas
No pior momento do mercado global, com a moeda brasileira extremamente desvalorizada, o governo decide vender a maior empresa do setor elétrico brasileiro por alguns trocados



247 - O presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Júnior, confirmou a privatização da empresa no ano que vem e susou a pandemia do novo coronavírus como justificativa para a entrega da maior empresa do setor elétrico. A informação é do Jornal O Globo.
"A única forma de o governo amenizar rapidamente os efeitos (da pandemia), principalmente de dívida, é com as privatizações que vão fortalecer o equilíbrio econômico-financeiro das contas públicas", disse Ferreira, que disse acreditar que o Congresso deve aprovar o projeto de lei que autoriza a privatização da Eletrobras ainda no segundo semestre deste ano.
O anúncio de confirmação da privatização foi feito enquanto Ferreira divulgava os resultados do primeiro trimestre do ano da companhia, um lucro de R$ 307 milhões.
Ferreira disse acreditar que os capitais estrangeiros pós-crise vão investir em projetos com mais atividades econômicas que geram emprego e renda.
"A Eletrobras é uma empresa listada nas bolsas de Brasil, Estados Unidos, e Europa. E esse mercado volta mais rápido pós-crise e olhando a sua perspectiva econômica futura. Não tenho dúvidas que a Eletrobras é um ativo para atrair investidores do mundo inteiro", afirmou.
"A Eletrobras é uma empresa listada nas bolsas de Brasil, Estados Unidos, e Europa. E esse mercado volta mais rápido pós-crise e olhando a sua perspectiva econômica futura. Não tenho dúvidas que a Eletrobras é um ativo para atrair investidores do mundo inteiro", afirmou.
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Comissão de Ética aplica advertência a presidente da Eletrobras
Wilson Ferreira Júnior gerou polêmica com sindicalistas ao afirmar que parte da chefia da estatal tinha "vagabundos" e "safados". Advertência foi anunciada nesta segunda pela Comissão de Ética Pública da Presidência.
Por Guilherme Mazui, G1 — Brasília
A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu nesta segunda-feira (27) advertir o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior. Em junho, ele provocou mal-estar entre sindicalistas ao se referir a 40% da chefia da empresa como "vagabundos" e "safados”.
A fala do presidente da estatal ocorreu durante a discussão de um plano de reestruturação da Eletrobras, com a previsão de cortes de funcionários.
"São 40% da Eletrobras. 40% de cara que é inútil, não serve para nada, ganhando uma gratificação, um telefone, uma vaga de garagem, uma secretária. Vocês me perdoem. A sociedade não pode pagar por vagabundo, em particular, no serviço público", disse Wilson na oportunidade.
Ele também afirmou, ao justificar cortes na empresa, que "temos muito mais gerentes do que precisa. Temos um monte de safado, lamentavelmente, que ganha lá 30, 40 paus (mil reais). Tá lá em cima, sentadinho".
A advertência foi comunicada nesta segunda pelo presidente da comissão de Ética, Mauro Menezes.“Temas uma decisão da comissão no sentido de aplicar ao atual presidente da Eletrobras, Wilson Pinto Ferreira Júnior, a sanção de advertência”, disse. A comissão apura conduta do primeiro escalão da administração pública.
De acordo com Menezes, a advertência foi aprovada por unanimidade pelos integrantes da comissão, seguindo o voto do relator Américo Lacombe.
“O presidente da Eletrobras teria em reunião com gerentes, dirigentes e empregados da Eletrobras, se referido e utilizado termos depreciativos em relação a empregados da Eletrobras, o que evidentemente não compõe com a conduta que se espera do exercício desse cargo”, disse Menezes.
Questionada pelo G1 à época das declarações, a Eletrobras afirmou em nota, que Wilson "reconhece que usou algumas expressões rudes em áudio divulgada pelos sindicatos" e que "os áudios foram tirados do contexto".
Na discussão, o “presidente elencou diversas situações inaceitáveis dentro de uma empresa do porte da Eletrobras, como falta de comprometimento de alguns gerentes".
Apadrinhados de Bolsonaro ganham R$ 54 mil para participar de reunião do Conselho de Itaipu
31 maio, sexta-feira, 2019 às 11:29 am
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O ditado popular “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” cai como uma luva no comportamento de Jair Bolsonaro (PSL), que sistematicamente critica em suas redes sociais o que chama de “velha política”, apesar de ter atuado 30 anos como deputado federal. Durante a campanha à presidência da República, ele pregou que acabaria com o “ toma lá, dá cá” nas negociações com o Congresso Nacional, mas não vem colocando em prática o que prometeu aos seus eleitores.
As recentes nomeações demonstram que Bolsonaro não cumpre com o que fala. Recentemente, ele nomeou José Carlos Aleluia e Wilson Pinto Ferreira Júnior como conselheiros da hidrelétrica de Itaipu Binacional. A dupla vai ganhar a bagatela de R$ 54 mil por reunião realizada a cada dois meses, em média. Essas reuniões, podem, inclusive, ser feitas por teleconferência. Mas, como o pagamento é mensal eles recebem R$ 27 mil por mês.
Marun
Durante o período de transição entre o governo do golpista Michel Temer (MDB) e sua equipe, já no apagar das luzes da gestão do ilegítimo, Bolsonaro aprovou a indicação de Temer, que nomeou como conselheiro da Itaipu Carlos Marun (MDB/RS), que renunciou ao mandato de deputado federal em dezembro do ano passado para assumir o novo cargo.
Marun foi ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência de Temer e hoje é investigado por suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa, no âmbito da ‘Operação Registro Espúrio’, que apura fraudes em registros sindicais no antigo Ministério do Trabalho.
Aleluia
Já o ex-deputado federal José Carlos Aleluia (DEM/BA), nomeado por Bolsonaro, ficou conhecido pelos eletricitários após o escândalo de superfaturamento na construção da hidrelétrica de Xingó, enquanto era presidente da Chesf, em 1988. Atualmente, Aleluia é investigado por favorecer a Odebrecht no setor elétrico.
Wilson Pinto
Para compor o trem da alegria no setor elétrico nacional, o próprio presidente da Eletrobras, Wilson Pinto, assumiu como conselheiro da Itaipu, sendo este o sexto cargo como conselheiro que acumula, contrariando o estatuto da Eletrobras, que diz o seguinte em seu artigo 31:
“Parágrafo único. É vedada a participação remunerada de membros da administração pública federal, direta ou indireta, em mais de 2 (dois) órgãos colegiados de empresa estatal, incluídos os conselhos de administração e fiscal e os Comitês de Auditoria.
- o limite máximo de participação do Conselheiro em Conselhos de Administração não poderá ser superior a 05 (cinco), considerando-se o da Eletrobras, observada a limitação remuneratória.
Atualmente Wilson Pinto acumula o cargo de conselheiro em seis empresas: na ONS (Operadora Nacional do Sistema Elétrico), Eletronorte, Chesf, Furnas, Itaipu e da própria Eletrobras.
Nomeações contrariam Lei de Responsabilidade das Estatais
As duas nomeações, de Marun e Aleluia, são irregulares porque a Lei nº 13.303, de responsabilidade das estatais, especifica que não pode ser indicado aos conselhos de administração quem tenha atuado no poder Executivo, Legislativo ou na estrutura decisória de partidos políticos nos últimos três anos.
O coordenador do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Nailor Gato, diz que os trabalhadores e as trabalhadoras do Sistema Eletrobras já denunciaram essas irregularidades ao ministro das Minas e Energia, general Bento Albuquerque e ao vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, que se comprometeram nas reuniões realizadas nos meses de março e maio deste ano, a resolver a situação. Até agora nada foi feito.
"É ilegal estabelecer regras de governança e o próprio governo não atender a elas. O ministro Bento Albuquerque e o vice-presidente Mourão precisam dar uma resposta ao CNE sobre as denúncias apresentadas" afirma Nailor.
Quem também condena essas nomeações é o diretor do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro e engenheiro de Furnas, Felipe Araújo. Segundo ele, os membros do Conselho da Itaipu, por ser uma empresa binacional (o Brasil tem parceria com o Paraguai na gestão da hidrelétrica), aproveitam a situação para inflar os valores dos jetons pagos a eles mesmos.
“Os partidos políticos se valem do fato da Itaipu ser binacional e dizem que ela não é privada, nem estatal. Com isso, além das nomeações políticas, os jetons são maiores. Por exemplo, a Lei das Estatais diz que nenhum conselheiro pode receber mais do que 10% da média dos salários dos diretores. Para se ter uma ideia, a média salarial de um diretor da Petrobras é cerca de R$ 150 mil [cada conselheiro tem direito a R$ 15 mil por reunião), e a Petrobras é uma empresa de alta complexidade ao contrário de Itaipu que gere apenas uma hidrelétrica, tendo uma estrutura muito mais simples que a empresa petrolífera”, denuncia o engenheiro de Furnas.
Felipe lembra que Wilson Pinto foi condenado pela Comissão de Ética da Presidência da República no governo Temer por chamar os trabalhadores do sistema Eletrobras, vítimas de absurdos como a recusa em dar reajustes salariais, além de anunciar inúmeros Planos de Demissões Voluntárias (PDVs), de vagabundos. Por outro lado, Pinto tentou aumentar o próprio salário em 40%.
Para o dirigente, a atitude do presidente da Eletrobras de tentar desmoralizar e precarizar os trabalhadores que deveria liderar, enquanto tenta aumentar cada vez mais seus rendimentos, é um completo absurdo.
"Não trabalhamos para colecionar cargos e jetons. Trabalhamos para atender e levar energia elétrica a todas as casas e indústrias deste país. Nós rechaçamos esse tipo de conduta de um presidente de estatal que só pensa na própria remuneração, na sua coleção de carros, e na venda da empresa com os funcionários dentro", disse Felipe.
Denúncias contra Wilson Pinto se acumulam
Segundo o CNE, são inúmeras as irregularidades cometidas pelo presidente da Eletrobras, que assumiu a presidência do sistema indicado por Paulo Pedrosa, ex-secretário executivo do Ministério das Minas e Energia (MME) do governo Temer, quando o Ministro de Minas e Energia era Fernando Coelho Filho – substituído por Moreira Franco ainda no governo Temer.
Wilson, após ter sido chancelado pelo ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco e pelo ex-presidente Temer – ambos presos pelo escândalo de Angra 3, uma usina nuclear da Eletrobras – foi convidado a permanecer à frente da companhia pelo atual ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque. Ele só aceitou o convite sob a condição de Bolsonaro deixar que ele tocasse o processo de privatização da Eletrobras
"Bolsonaro afirmou, durante sua campanha eleitoral, em vários vídeos e entrevistas, que a privatização da Eletrobras era absurda, por se tratar de um setor estratégico para o país. Este é mais um item na numerosa lista de mentiras proliferadas pelo atual Presidente da República. Infelizmente, estelionato eleitoral ainda não é crime no Brasil", critica Felipe Araújo.
As inúmeras irregularidades de Wilson Pinto estão sendo denunciadas pelos sindicatos dos trabalhadores do sistema Eletrobras que fizeram um dossiê sobre como o presidente da estatal é nocivo aos interesses do sistema elétrico brasileiro.
Para conhecer as denúncias contra Wilson Pinto clique aqui.
“Por todas essas denúncias que questionamos: onde está a pauta anticorrupção de Bolsonaro? Ele poderia ter conduzido outro nome à presidência da Eletrobras. Se você mantém um gestor com tamanha suspeição e coloca no Conselho de uma estatal gente acusada de corrupção, você não está comprometido com essa pauta”, desabafa o diretor do sindicato dos engenheiros do Rio de Janeiro.
Com as atenções do país voltadas para o “Bebbianogate”, Eletrobras antecipou nomeação de preposta de Jorge Paulo Lemann na direção da estatal
No apagar das luzes da última sexta-feira, enquanto as atenções do país estavam todas voltadas para o “Bebbianogate” que se desenrolava em Brasília, o presidente de Eletrobras oficializou uma nomeação de expressivo significado e que aponta para os planos de privatização da empresa.
Elvira Baracuhy Cavalcanti Presta foi escolhida para a Diretoria Financeira e de Relações com Investidores da estatal.
A nomeação de Elvira Baracuhy Cavalcanti Presta (foto abaixo) é estratégica nos movimentos do presidente Wilson Pinto Jr, que vem trabalhando desde a nomeação no governo Michel Temer para a privatização da empresa. Chegando, como mostrou reportagem da Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo em 24 de abril de 2018, a pagar uma agência de comunicação para que a grande imprensa falasse mal da estatal, acelerando assim o processo.
A nova diretora financeira é o braço dentro da estatal do homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann, que tem interesses na privatização da empresa
A nova diretora financeira é o braço dentro da estatal do homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann, que tem interesses na privatização da empresa. E que emplaca agora a diretora financeira da estatal.
A presença da nova diretora como preposta de Jorge Paulo Lemann veio de forma gradual. Em 27 de março de 2018, foi nomeada para o Conselho de Administração da Eletrobras pela gestora de recursos 3G Radar, de Lemann. No último 11 de janeiro, o Conselho de Administração escolheu Elvira para a diretoria financeira mas sem comunicar ao mercado.
Dezoito dias depois da nomeação silenciosa, em 29 de janeiro, a Eletrobrás anunciou que a 3G Radar aumentou sua participação na empresa, antes na casa dos 10%, e que passou a deter naquela data 38.886.500 (trinta e oito milhões, oitocentas e oitenta e seis mil e quinhentas) ações preferenciais, aproximadamente 14,65% das ações preferenciais da companhia.
Dezoito dias depois da nomeação silenciosa, em 29 de janeiro, a Eletrobrás anunciou que a 3G Radar aumentou sua participação na empresa, antes na casa dos 10%, e que passou a deter naquela data 38.886.500 (trinta e oito milhões, oitocentas e oitenta e seis mil e quinhentas) ações preferenciais, aproximadamente 14,65% das ações preferenciais da companhia.
E nesta última sexta-feira, 15 de fevereiro, anunciou a representante da 3G no Conselho de Administração para o cargo de diretora financeira da estatal.
Cronologia
27/3/2018 – Elvira Presta é nomeada para o Conselho de Administração da Eletrobras pela gestora de recursos 3G Radar, de Jorge Paulo Lemann
11/1/2019- Conselho de Administração escolhe Elvira pra diretoria.
29/1/2019 – A Eletrobrás comunica ao mercado que a 3G Radar passou a deter naquela data 38.886.500 (trinta e oito milhões, oitocentas e oitenta e seis mil e quinhentas) ações preferenciais, aproximadamente 14,65% das ações preferenciais da companhia.
15/2/2019- A Eletrobras oficializa sem maiores alardes Elvira Baracuhy Cavalcanti Presta para o cargo de Diretora Financeira e de Relações com Investidores :
De acordo com apurado pela reportagem, a oficialização na última sexta-feira sem maiores alardes de uma nomeação que estava guardada discretamente na mesa de Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, desde o dia 11 de janeiro foi acelerado pelo receio do presidente da estatal de que o cargo vago na Diretoria Financeira e de Relações com Investidores da empresa viesse a ser usado em alguma barganha eventual com o até aqui ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebbiano. Para afastar o temor, anunciou-se a nomeação.
Outro lado:
A reportagem enviou para Eletrobras, através da assessoria de imprensa, questões sobre eventual conflito de interesses na nomeação da representante de um acionista privado para a diretoria financeira. E ainda procurou saber a razão do anúncio feito no fim de uma sexta-feira. Segue a resposta:
“Não há qualquer incompatibilidade na nomeação de Elvira Presta como Diretora Financeira e de Relações com Investidores. A Eletrobras possui um processo de avaliação de candidatos aos cargos de direção muito robusto e todos os diretores e conselheiros atendem rigorosamente à Lei 13.303. O anúncio foi feito na sexta-feira por ter sido este o menor prazo possível após a conclusão de todas as etapas do processo de elegibilidade de diretores: análise de integridade e conflito de interesses, aprovação dos órgãos federais – MME e Casa Civil -, aprovação do comitê de elegibilidade do Conselho de Administração, e aprovação do Conselho de Administração”.
Abril de 2019 CNE CONSELHO NACIONAL DOS ELETRICITÁRIOS
CARTA ABERTA AO PRESIDENTE JAIR BOLSONARO e ao ministro de minas e energiaPrecisamos falar sobre a nomeação do presidente da Eletrobras.para desvendar a quem interessa manter Wilson Pinto Ferreira Júnior, afinal, o Senhor Presidente se elegeu com um discurso de que faria uma limpeza de tudo o que julgou errado ou suspeito no último governo. Na prática, ao assumir, o Presidente da República e o Ministro de Minas e Energia Almirante Bento não estão fazendo isso.
Michel Temer e Moreira Franco foram presos há pouco por um escândalo na obras de Angra 3, usina da Eletronuclear/Eletrobras. Mesmo assim, seu governo mantém o presidente da Eletrobras que já era presidente da empresa desde a gestão Temer/Moreira Franco. Esta atitude é ainda mais incompreensível se elencarmos apenas alguns pontos que marcam a gestão de Wilson Pinto Júnior: 1) Chamou os empregados da Eletrobras de vagabundos, o que lhe valeu uma advertência na Comissão de Ética da Presidência da República. Tornou-se assim (nada honrosamente) o primeiro presidente da história da Eletrobras a receber advertência da Comissão de Ética da Presidência da República; 2) Tentou aumentar seu próprio salário em 46% no ano de 2018 e voltou a tentar novamente em 2019, tendo sido proibido e notificado pelo TCU; 3) Quando chegou na Eletrobras, disse a todos que era contra a privatização, mas “repentinamente mudou de ideia”. Hoje afirma, inclusive, que quem é contrário à privatização tem interesses não republicanos; 4) É oriundo da CPFL que, agora, está vendida para os chineses. Esse é o caminho que ele quer para a Eletrobras? 5) Descumpriu o estatuto da própria Eletrobras ao ocupar mais de 5 cargos em Conselhos de Administração. Chegou a ocupar 7 cargos, o que lhe valeu o apelido de ‘‘Pinto de 7 cabeças’’; 6) Age em conflito de interesses através da atuação em diversos conselhos de administração de empresas do setor; 7) Contrata serviços que não são competência da Eletrobras, além de burlar a Lei de Licitações através de inexigibilidades e dispensas. Dentre esses serviços, pode se destacar a contratação da FSB, empresa de comunicação contratada para piorar a imagem da Eletrobras na imprensa e facilitar a sua privatização; 9) Insistiu em nomeações suspeitas na Eletropar, como Oscar Salomão, que foi homem chave em muitas privatizações do setor elétrico na década de noventa e nesta (CEMAR, CTEEP, CELPA, CESP, AES, CELG-D), e hoje é seu braço direito de Wilson Pinto Jr. Também apoiou a nomeação de Manoel Zaroni para cadeira no conselho de administração da estatal. Zaroni é ainda vice-presidente do conselho da unidade brasileira da elétrica francesa Engie. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) concluiu que a nomeação foi irregular por configurar conflito de interesses, mas até hoje Zaroni segue na instância máxima da Eletrobras. Do mesmo modo, Wilson Pinto apoiou a nomeação de Elvira Cavalcanti Presta para a Diretoria Financeira e de Relações com Investidores da Holding. Elvira já havia sido indicada para o Conselho de Administração da Eletrobras por Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil e que tem interesses na privatização da empresa. Pelo seu fundo 3G Radar, Lemann aumentou a sua participação em ações preferenciais da Eletrobras 5% (2017), para 10% (2018) e 15% (2019). 10) Cabe registrar que Wilson Pinto Jr. defendeu privatizar a Eletrobras no Governo Temer/Moreira Franco por R$ 12 bilhões. Mas, só em 2018, a empresa teve um lucro superior a 13 bilhões de reais. Mesmo assim, Wilson Pinto Ferreira Jr. continua propagando aos quatro cantos os benefícios da privatização da Eletrobras e, ao que parece, já seduziu muita gente no Governo, de quem se esperava uma postura nacionalista. Dessa forma, a postura de Wilson Pinto Jr colide com a postura do Presidente da República na sua campanha eleitoral. Naquele momento, o candidato à Presidência Jair Bolsonaro afirmou claramente que não privatizaria setores estratégicos, citando textualmente o setor elétrico e Furnas (subsidiária da Eletrobras). E, agora, no seu Governo, fala-se em capitalizar a Eletrobras privatizando a companhia, tudo capitaneado por Wilson Pinto Ferreira Jr. É, portanto, chegada a hora de saber quem, neste governo, sustenta o continuismo de Wilson Pinto Jr, o homem forte de Michel Temer e Moreira Franco dentro da Eletrobras?
CARTA ABERTA AO PRESIDENTE JAIR BOLSONARO e ao ministro de minas e energia
Precisamos falar sobre a nomeação do presidente da Eletrobras.para desvendar a quem interessa manter Wilson Pinto Ferreira Júnior, afinal, o Senhor Presidente se elegeu com um discurso de que faria uma limpeza de tudo o que julgou errado ou suspeito no último governo. Na prática, ao assumir, o Presidente da República e o Ministro de Minas e Energia Almirante Bento não estão fazendo isso.
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