MASSACRE
Laudos não isentam policiais de responsabilidade nas mortes dos jovens
Para Ariel de Castro Alves, do Condepe-SP, foi a violência da ação dos policiais militares que causou correria, os pisoteamentos e as mortes
JARDIEL CARVALHO/FOLHAPRESS

Os nove jovens mortos tinham idades entre 14 e 23 anos
São Paulo – Os traumas condizentes com pisoteamentos, atestados como causa da morte dos nove jovens na madrugada de 1º de dezembro, em Paraisópolis, não isentam os policiais de responsabilidade na tragédia. É o que declarou o advogado e conselheiro do Conselho Estadual do Direito da Pessoa Humana (Condepe), Ariel de Castro Alves.
“Já era esperado que os laudos indicassem lesões geradas por pisoteamentos e que as mortes fossem decorrentes de asfixia e insuficiência respiratória. No entanto, o que gerou correria, quedas e pisoteamentos foi a atuação violenta dos policiais militares contra os adolescentes e jovens que lá estavam”, disse o conselheiro.
O Condepe já havia questionado a versão oficial da polícia para as mortes, por “asfixia mecânica”, consideradas “insuficiente” e “insatisfatória”. O presidente do órgão, o advogado Dimitri Sales, chegou a relatar a suspeita de que os corpos das vítimas não estariam sendo fotografados durante perícia realizada no Instituto Médico Legal (IML).
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, integrantes da cúpula da Segurança Pública paulista disseram que os resultados, embora já fossem esperados, ajudam a afastar um eventual homicídio doloso (com intenção de matar) cometido no tumulto. E as mortes passam a ser tratadas como crime culposo (sem intenção), cuja responsabilidade pode ser estendida aos organizadores do baile.
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