31 de mai. de 2020

Pesquisadores divulgam nota técnica criticando proposta de isolamento de João Doria. - Editor - AFLOROU O BOLSODORIA. COVAS REVIVEU MÁRIO.


Pesquisadores divulgam nota técnica criticando proposta de isolamento de João Doria

Na capital paulista, quarentena foi estendida até 15 de junho, contrariando as medidas do governador

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
 
joao doria
Doria cedeu às pressões dos prefeitos da grande São Paulo e deixou de lado as orientações do comitê de saúde - Governo de São Paulo
O coletivo “Ação Covid-19”, que reúne pesquisadores de diversas áreas e universidades, lançou uma nota técnica criticando o relaxamento do isolamento social no estado de São Paulo, anunciado pelo governador João Dória na última quarta-feira (27).
“É uma decisão eminentemente política e pouco amparada por dados científicos. Ninguém, em nenhum lugar do mundo, está reabrindo, ou relaxando o isolamento social, no momento de aceleração da curva. Achamos que é um equívoco grande”, afirma José Paulo Guedes Pinto, pesquisador e professor da Universidade Federal do ABC, integrante do coletivo.

De acordo com a nota, São Paulo começa a retomar as atividades antes do pico da pandemia do coronavírus no estado. “A epidemia da covid-19 no Estado de São Paulo, que teve o seu primeiro caso no dia 25/02, chega ao final de maio em sua situação mais crítica. No mês de junho e possivelmente ainda em julho, teremos o pior cenário no enfrentamento da pandemia”.
Os pesquisadores lembram que no dia 13 de maio, Doria classificou a abertura da Alemanha como “precipitada” e lamentou que o índice de isolamento, monitoriado pelo governo de São Paulo, não mostrava que a população estava aderindo à quarentena. “O isolamento social não aumentou no estado, ao contrário, diminuiu. Gostaríamos de saber, portanto, o que mudou na análise de lá para cá.”
Outro aspecto defendido pelos pesquisadores é que o relaxamento deveria ser adotado quando o estado já tivesse um controle sobre o número de contaminados, que pode ser maior, segundo a nota técnica.
“Como no Estado de São Paulo ainda não é realizada a testagem em massa, não é possível auferir o indicador (reconhecido pela a OMS) necessário para se saber o real número de infectados em um município ou região. Tampouco fica claro no documento como será apurado o grau de adesão a esses protocolos de testagem por cada município”, finaliza a nota.
Covas contraria Doria
Neste sábado (30), a Prefeitura de São Paulo, contrariando as orientações do governo estadual, prorrogou a quarentena no município até dia 15 de junho. A equipe de Doria colocou a capital paulista na zona laranja, que permite o atendimento presencial em todos os estabelecimentos comerciais.
Com a prorrogação do decreto de 24 de março, a capital paulista continua autorizando o funcionamento apenas dos serviços essenciais como saúde, segurança e alimentação. Ainda no documento, Covas afirma que o município só começará a retomada das atividades quando os setores apresentarem propostas que respeitem a classificação epidemiológica da capital.
Edição: José Eduardo Bernardes
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